PIONEIRISMO PARTE I


PIONEIRISMO - é uma arte reconhecida de qualquer escoteiro,pois baseia-se no facto de se saber dar nós, ou seja, perante determinada situação saber qual o nó mais apropriado e saber executá-lo correctamente. Mas antes de aprofundares esta arte tens que ter conhecimento dos seguintes pontos:


Principais partes de um cabo

Alça – é uma volta ou curva em forma de “U” realizada num cabo.
Cabo – conjunto de cordões produzidos com fibras naturais ou sintéticas, torcidos ou trançados entre si.
Chicote – extremos livres de um cabo, nos quais normalmente se realiza uma falcaça.
Falcaça – arremate realizado no extremo de um cabo para que o mesmo não desacoche. É a união dos cordões dos chicotes do cabo por meio de um fio, a fim de evitar o seu destorcimento. Nos cabos de fibra sintética pode ser feita queimando-se as extremidades dos chicotes.
Seio ou Anel – volta em que as partes de um mesmo cabo se cruzam.
Vivo ou Firme – é a parte localizada entre o chicote e a extremidade fixa do cabo.

Constituição dos Cabos

Cabos de Fibra de Origem Natural- As fibras de origem natural mais utilizadas na fabricação de cabos são: manilha, sisal, juta, algodão e cânhamo. Geralmente os cabos de fibra natural levam o nome da planta da qual a fibra foi obtida. Com o objetivo de aumentar a durabilidade do cabo, são impregnados com óleo durante sua manufatura, o que lhes confere um aumento de 10% no peso

Cabos de Fibra de Origem Sintética -As fibras sintéticas mais utilizadas na confecção de cabos são: poliéster, poliamida, polietileno e o polipropileno, polímeros derivados de petróleo. Os cabos de fibra sintética, quando comparados aos cabos de fibra natural de mesmo diâmetro, apresentam maior resistência, maior elasticidade e duram mais

SIGNIFICADO DA BOA ACÇÃO DIÁRIA E SUA SIMBOLOGIA

Já reparaste que o listel com a divisa «Sempre Pronto» é rematado com um nó direito? A esse nó, quando ali figurado, nós chamamos Nó da Boa Acção.
B.P. instituiu a B.A. como princípio escotista para que os Escoteiros, seguindo o exemplo dos cavaleiros andantes de outrora, que defendiam as mulheres, as crianças, os velhos, os pobres e oprimidos, prestem pelo menos um serviço todos os dias.
Qualquer Escoteiro deve fazer pelo menos uma B.A. por dia, e existem muitas que podes fazer. Por exemplo, ajudar pessoas doentes, idosas ou cegas a atravessar as ruas ou ceder-lhes lugar nos autocarros; prestar delicadamente qualquer informação que seja solicitada; na ajuda tão útil nas tarefas caseiras; a afastar dos passeios cascas de frutos que podem fazer escorregar as pessoas; não cuspir no chão; a separar e recolher lixo; a aconselhar os teus amigos a que não maltratem animais ou plantas...etc, etc, etc.
Para que nunca esqueças a prática da B.A., faz um nó na ponta do teu lenço de escoteiro ou, quando não estiveres uniformizado, na ponta do teu lenço de bolso, por exemplo.Praticada a B.A., deves desatar o nó. Porém, isso não te dispensará de fazer outras B.A., assim surja oportunidade.

A LENDA DE SÃO JORGE

B.P. comparou os Escoteiros de hoje aos cavaleiros de antanho, uma vez que, uns e outros, se submetem voluntariamente a um compromisso, adoptam uma Lei ou Código de Honra e se entregam abnegadamente à prática do Bem e da Virtude e, particularmente, ao serviço dos que necessitam de auxílio e de amparo.

S. Jorge é o único santo cavaleiro, motivo por que se tornou o patrono desses homens de armas. É igualmente o patrono da Inglaterra. Não foi este, é de crer, o mais frágil dos motivos que tenham influído na decisão que fez com que S. Jorge se tornasse também o patrono dos Escoteiros. Embora subsistam fortes dúvidas quanto á veracidade da existência deste santo, a meditação sobre a história desta lendária figura é necessariamente proveitosa, visto envolver uma lição de generosidade e valentia.

Diz a tradição que S. Jorge nasceu no ano 303, na Capadócia, uma antiga região, hoje situada na Turquia. Muito jovem, alistou-se na Cavalaria, onde depressa se notabilizou, graças ao seu valor.

Certa vez, encontrando-se em Silene, antiga cidade da Lábia, soube que um acontecimento infame que ali diariamente ocorria: um dos seus habitantes, tirado à sorte, era oferecido, para ser barbaramente devorado, a um horrendo dragão que existia nas proximidades. Só por esse processo aquele povo conseguia aplacar a fúria do monstro.

Aconteceu que, logo no dia da chegada do cavaleiro, coubera a Cleolinda, formosa donzela, filha do rei, a amarga sorte de ser sacrificada. S. Jorge ficou indignado com essa deprimente situação, à qual ninguém ousava por termo. Mas o jovem cavaleiro imediatamente prometeu a si mesmo tudo fazer, ainda que fosse um sacrifício da própria vida, para acabar com a situação, e evitar que a linda princesa fosse devorada. Dirigiu-se portanto, ao pântano onde o dragão vivia e aí, embora temendo os urros medonhos que a besta-fera soltava, não vacilou um instante: empunhando apenas a sua lança, traspassou-o com um golpe fulminante! Acabava assim a terrível ameaça para o povo de Silene e estava salva a formosa princesa Cleolinda.

Louco de alegria por ver a filha poupada a tão horrível sacrifício, quis o rei, logo, oferecer a S. Jorge a mão de Cleolinda. Mas o cavaleiro, que prometera solenemente a si próprio, e perante Deus, dar luta sem tréguas ao Mal, bem como de defender os fracos e os oprimidos, viu-se impedido de aceitar a aliciante proposta. Teve de partir, não sem prometer voltar logo que se encontrasse desimcumbido das suas obrigações, para então desposar a bela princesa Cleolinda.

Tal como S. Jorge, assim devem agir os escoteiros: em face de uma dificuldade ou perigo, não lhe voltem as costas, nem se deixem intimidar. Enfrentam-nos com determinação e energia até os vencerem, isto embora eles lhes tenham parecido enormes e tenebrosos, ante os poucos meios com que contam para lhes fazer face. Eis a atitude dos Escoteiros sempre que seja necessário correr em defesa do Bem, da Justiça e de quem careça de protecção.

SIGNIFICADO DA NOSSA INSIGNIA ESCOTISTA





Cada país tem uma Insígnia Associativa, representada por uma Flor de Lis, símbolo mundial do escotismo. Em Portugal a Insígnia Associativa tem a seguinte representação:







As Pétalas Superiores – recordam os três artigos da nossa Promessa Escotista:

  • Amar e servir a Deus e a Pátria;
  • Auxiliar o Próximo em todas as circunstâncias;
  • Viver segundo a Lei do Escoteiro.

A Linha Vertical sobre a Pétala Central – simboliza o Norte, o rumo certo, o bom caminho que deve orientar a tua vida.

As Estrelas na Pétalas Laterais – chamam a tua atenção para a via luminosa que podes percorrer através da Instrução e do Trabalho.

O Escudo das Quinas – indica que pertences à Associação dos Escoteiros de Portugal.

O Travessão de União das Pétalas – significa a fraternidade escotista mundial à qual pertences desde a tua Promessa de Escoteiro.

O Listel «SEMPRE PRONTO» - é a nossa Divisa. Deves estar sempre preparado para o que for necessário. As pontas do listel são viradas para cima, de modo a lembrar o sorriso do Escoteiro, sorriso com que devemos enfrentar sempre as dificuldades;

O Nó de Remate do Listel – é o nó da Boa Acção. Chama a atenção para a prática diária da Boa Acção.

SAUDAÇÃO ESCOTISTA- A "CANHOTA"

Existem inúmeras explicações para o uso do aperto de mão esquerda "Canhota" pelos escoteiros, mas a que aqui transcrevemos é a que mais se aproxima á sua verdadeira origem.

...Em 1893, B.P. foi enviado numa expedição à colónia britânica da Costa do Ouro (África Ocidental), para pacificar os Ashantis, fazer cumprir o tratado de 1874 e pôr termo ao contrabando de escravos. Quando da queda do Kamussi, um dos Chefes veio ao encontro de B.P. e estendeu-lhe a mão esquerda. B.P. estendeu-lhe a mão direita, mas o Chefe disse-lhe: "Não, no meu país, ao mais bravo entre os bravos cumprimenta-se com a mão esquerda". B.P. reparou que, enquanto o chefe lhe estendia a mão esquerda, levantava a direita aberta, por cima da cabeça, o que significava que era um amigo leal, pois a mão utilizada normalmente para segurar a arma estava vazia. A mão esquerda também era a mão que segurava no escudo e quando um guerreiro cumprimentava com a mão esquerda tinha que afastar o escudo, ficando, portanto, desprotegido. Este também era um sinal de confiança e de lealdade para com a pessoa que se estava a cumprimentar. O aperto de mão com a mão esquerda demonstra algo ainda mais nobre, o desejo dos homens acreditarem uns nos outros! Os escoteiros cumprimentam-se apertando a mão esquerda, entrelaçando os dedos mindinhos...