ORIENTAÇÃO - A BÚSSOLA II

Existem vários tipos de bússolas, mas todas tem a mesma função. Muito embora algumas sejam mais indicadas pela sua precisão e facilidade de manuseamento.

Deixamos aqui a constituição de uma bussula de reflexo muito utilizada para determinar azimutes






Modo correcto de segurar uma bússola


Ao usares a bússola, deves sempre colocá-la o mais na horizontal possível.

Se fizeres leituras com a bússola inclinada estarás a cometer erros.

O polegar deve estar correctamente encaixado na respectiva argola, com o indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa posição nivelada.

ORIENTAÇÃO - A BÚSSOLA

A bússola é o instrumento de orientação por excelência. Foi utilizada pelos navegantes italianos no século X, mas provavelmente foi inventada pelos chineses muito antes disso.


O princípio de funcionamento de uma bússola é muito simples: uma agulha magnetizada apoiada sobre uma pequena haste e empilhada em um líquido especial (querosene ou xilene) aponta sempre a direcção norte, sendo magneticamente atraída para esse pólo. No visor da bússola temos também a rosa dos ventos, para determinar a leitura com precisão.



Como utiliza-la:
Logo que se toma a bússola e se destrava, o movimento brusco faz a agulha girar por alguns momentos, passando a oscilar de um lado para o outro, até firmar-se num mesmo ponto, apontando para o norte. Girando - a cuidadosamente, faz-se a parte magnetizada da agulha (geralmente pintada de azul ou vermelho) coincidir com o N do mostrador, delimitando assim com exactidão os quatro pontos cardeais, suas divisões e subdivisões.

Para improvisar uma bússola:
Pegue uma vasilha com água, corte um pequeno disco de uma rolha qualquer e traspasse aí um alfinete, após ter esfregado bem uma de suas pontas no cabelo. Colocando o disco na água, ele vai boiar, e o alfinete com a ponta magnetizada apontará para o Norte.



Leitura de mapas com a bússola:
Os mapas, ou cartas, são um retrato fiel da região por eles representada, com todos os acidentes geográficos, rodovias, ferrovias, cidades, etc., e são projectados de acordo com os quatro pontos cardeais e com a escala de distâncias e medidas.

Todas as palavras são impressas no mapa de acordo que a sua leitura coincida com os quatro pontos cardeais, isto é: À esquerda de cada palavra é W, a direita, E, acima N e abaixo S. Portanto, ao abrir um mapa, devemos primeiramente alinha-lo conforme nossa posição, verificando o N com a bússola, descontando a dmg e estabelecendo o N verdadeiro. Feito isso, viramos o mapa para o N, e estamos então na posição correcta.

Para seguirmos qualquer direcção, basta visualizarmos a rota no terreno e colocarmo-nos em marcha.

ORIENTAÇÃO - POR INDÍCIOS

Aprende a te orientar por indícios que se pode encontrar no campo e nas povoações.

Caracóis - encontram mais nos muros e paredes voltados para Leste e para Sul.





Formigas - têm o formigueiro, especialmente as entradas, abrigadas dos ventos frios do Norte.



Igrejas - as igrejas costumavam ser construídas com o Altar-Mor voltado para Este (nascente) e a porta principal para Oeste (Poente), o que já não acontece em todas as igrejas construídas recentemente.
Campanários e Torres - normalmente possuem no cimo um cata-vento, o qual possui uma cruzeta indicando os Pontos Cardeais.


Casca das Árvores - a casca das árvores é mais rugosa e com mais fendas do lado que é batido pelas chuvas, ou seja, do lado Norte.
Inclinação das Árvores - se soubermos qual a direcção do vento dominante numa região, através da inclinação das árvores conseguimos determinar os pontos cardeais.

Folhas de Eucalipto - torcem-se de modo a ficarem memos expostas ao sol, apresentando assim as «faces» viradas para Leste e Oeste.


Moinhos - as portas dos moinhos portugueses ficam geralmente viradas para Sudoeste.




Musgos e Cogumelos - desenvolvem-se mais facilmente em locais sombrios, ou seja, do lado Norte.





Girassóis - voltam a sua flor para Sul, em busca do sol.

ORIENTAÇÃO- MÉTODO DA SOMBRA DA VARA

Este método não oferece uma precisão exacta, devendo ser aplicado ou de manhã ou de tarde. Para a vara, não é necessário que seja uma vara propriamente. De facto, este método permite que seja usado qualquer ramo, direito ou torto, ou até mesmo usar a sombra de um ramo de uma árvore, uma vez que apenas interessa a sombra da ponta do objecto que estamos a usar.
Assim, começa-se por marcar no chão, com uma pedra, uma estaca ou uma cruz, o local onde está a ponta dasombra da vara. Ao fim de algum tempo, a sombra moveu-se, e voltamos a marcar do mesmo modo a ponta da sombra da vara. Se unirmos as duas marcas, obtemos uma linha que define a direcção Este-Oeste.
O tempo que demora a obter um deslocamento da sombra (bastam alguns centímetros) depende também do comprimento da vara. Assim, uma vara de 1m de comprimento leva cerca de 15 min a proporcionar um deslocamento da sombra suficiente para se aplicar este método.

ORIENTAÇÃO - A ROSA DOS VENTOS

A rosa-dos-ventos apareceu nas cartas e mapas a partir do século XIV, quando fez a sua primeira aparição nas cartas portulanos. O termo "rosa" vem da aparência dos pontos cardeais da bússola que lembram as pétalas desta flor. Originalmente esta invenção era usada para indicar as direções dos ventos (o que era conhecido como rosa-dos-ventos) mas os 32 pontos da bússola se originaram das direções dos oito ventos principais, dos oito ventos secundários e dos dezesseis ventos complementares.

Na Idade Média, os ventos tinham nomes geralmente iguais aos dos países mediterrâneos por onde eles passavam como tramontana (N), greco (NE), levante (E), siroco (SE), ostro (S), libeccio (SW), ponente (W) e maestro (NW). Nas cartas portulanos pode-se ver as iniciais destes ventos na ponta das "pétalas" como T, G, L, S, O, L, P, e M.

Os 32 pontos são simples divisões das direções dos quatro ventos (mas os chineses dividiram a bússola em 12 direções principais baseadas nos signos do Zodíaco). Uma das primeiras coisas que os aprendizes de marinheiro ocidentais tinham de fazer era dizer todos os nomes dos pontos cardeais . Nomeá-los perfeitamente ("de cor e salteado") era uma exercício conhecido na língua inglesa pela expressão "boxing the compass".

Não há um padrão único para a construção de uma rosa-dos-ventos, e cada escola de cartógrafos parece ter desenvolvido o seu próprio. Nas primeiras cartas o norte era marcado por uma ponta de seta acima da letra T (de tramontana). O símbolo evoluiu para uma flor-de-lis na época de Colombo e foi vista primeiramente nos mapas portugueses. Também no século XIV, o L (de levante) na parte leste da rosa foi substituído por uma cruz, indicando a direção do Paraíso (que se pensava estar localizado no Oriente), ou também onde Cristo havia nascido (no Levante).

As cores da figura são supostamente o resultado da necessidade de uma clareza gráfica, mais do que um capricho cartográfico. O desenho deveria estar bem visível até de noite, num navio balançando à luz bruxuleante de uma lanterna. Daí então os oitos pontos cardeais serem comumente mostrados na bússola na cor preta o que os ressaltam bem. Em contraste com o fundo, os pontos representados dos ventos secundários são bastante coloridos em azul ou verde, enquanto os demais ventos menores são menores e geralmente pintados de vermelho.






















CONSTITUIÇÃO DA ROSA DOS VENTOS














4 Pontos Cardeais

E: Este ou Leste;
N: Norte;
O: Oeste;
S: Sul;

4 Pontos Colaterais

NE: Nordeste;
NO: Noroeste;
SE: Sudeste;
SO: Sudoeste;

8 Pontos Subcolaterais


NNE: Nor-nordeste;
ENE: Lés-nordeste;
ESE: Lés-sudeste;
SSE: Sul-sudeste;
SSO: Sul-sudoeste;
OSO: Oés-sudoeste;
ONO: Oés-noroeste;
NNO: Nor-noroeste



ORIENTAÇÃO - TERMINOLOGIA DOS VENTOS

Alísios ou Alíseos - ventos regulares que durante o ano sopram regularmente de NE no hemisfério Norte e do SE no do Sul. A partir dos 30º vão diminuindo de intensidade em direcção ao Equador até se extinguirem formando aí a zona de calmarias equatoriais.

Aracati - nome que dão no Ceará a um vento forte que no verão sopra de nordeste.

Aura - brisa ligeira ou vento muito brando.

Austro - o vento do Sul.

Bora - vento seco e frio do NE que sopra na parte Norte do Adriático, sobretudo durante o Inverno.

Bóreas - o vento do Norte. (irmão de Notos e Zéfiro na mit. grega)

Brisa - nome que os pescadores do bacalhau davam ao vento fresco. Na costa sul da Madeira são os ventos do quadrante E ou de E a NE.

Camacheiro - vento que sopra em rajadas fortes de N ou NE na Madeira.

Carpinteiro da Costa - temível vento sueste que sopra na costa nordeste do Brasil

Chamsin - aportuguesamento de khamsin com que os árabes designam os ventos, carregados de areia finíssima, que sopram dos desertos nas próximidades do Mar Vermelho.

Ciclone - grandes massas de ar animadas de grande velocidade de rotação formadas nas zonas tropicais. No centro do ciclone existe uma zona de calmas. O sentido de rotação no hemisfério Norte é directo sendo retrógrado no hemisfério Sul. A sua trajectória é parabólica e na direcção de latitudes mais elevadas, pelo que nunca salta de hemisfério.

Furacão - vento repentino e impetuoso de origem ciclónica.

Garbino - vento que sopra de Sudoeste.

Garroa - nome dado ao vento fresco de Sudoeste na região de Setúbal. Os pescadores da região de Moçâmedes aplicam também o mesmo nome ao vento rijo também de Sudoeste.

Gravana - Vento fresco que sopra do sul ao sudoeste no Golfo da Guiné.

Greco ou Gregal - vento que sopra da Grécia ou do Nordeste.

Harmatão- vento muito quente e seco, o qual, de Dezembro a Fevereiro sopra do NE da costa ocidental da África.

Lariço - vento bonançoso que sopra na baía de Cascais.

Lestada - vento que sopra forte de Leste.

Levante - vento quente e seco que sopra de Leste no Mediterrâneo e se faz sentir no Algarve principalmente durante o Verão.

Maestro - vento do quadrante de Noroeste.

Mareiro - vento que sopra do mar para terra.

Mata-vacas - nome que nos Açores dão ao vento Nordeste.

Minuano - vento oeste frio do Sul do Brasil, que costuma soprar com violência depois da chuva, no inverno. Vem dos Andes e passa pela antiga zona dos índios Minuanos, de quem tomou o nome.

Mistral - vento seco e frio dos quadrantes do Norte que sopra no Sul de França. Faz-se sentir entre esta região, as Baleares e a Córsega.

Monção - vento periódico soprando por largo período de tempo nas regiões do Oceano Índico. A Monção de Verão sopra de SW de Abril a Outubro acompanhada de grandes chuvadas, sendo também conhecida por estação das chuvas. A mudança da direcção do vento, que passa a NE de Outubro a Abril, anuncia a Monção de Inverno.

Naulu - vento que sopra contrário ao vento Ukiukiu na ilha de Maui no Havai
Nortada - vento forte do Norte ou de direccções próximas, que sopra na costa portuguesa especialmente durante o Verão.

Notos - vento Sul. (irmão de Bóreas e Zéfiro na mit. grega).

Pampeiro - vento sudoeste violento que sopra na costa Brasileira e Argentina, acompanhado de chuvas, cuja duração pode ir de 6 a 26 horas.

Ponente ou Poente - vento de oeste.

Ponteiro - vento que sopra de proa.

Puelche - Ventos que atravessam a Patagónia argentina vindos do Atlântico que ao chegarem ao litoral chileno chocam com os ventos do Pacífico viram para Norte com rajadas geladas.

Rabanada - Rajada ou Pé de Vento.

Rafa - Rajada de Vento.

Rajada - vento que de quando em quando sopra com maior intensidade.

Refrega, Refega ou Rafega - vento forte de fraca duração, menos forte que a rajada.

Repiquete - salto de vento para outro rumo.

Salvante - vento favorável.

Samatra - temporal violento e normalmente de fraca duração que se levanta no estreito de Malaca vindo de Samatra.

Setentrião - vento que sopra do Norte.

Simum - vento ciclónico do Sahara que se faz sentir na parte oriental do Mediterrâneo, vindo de Sul a Sudoeste.

Siroco - vento quente, asfixiante e empoeirado de SE que sopra na região do Mediterrâneo, especialmente na Itália, Sicília, Malta e Grécia. Vindo do Norte de África, com origem no deserto do Sara, aparece durante a Primavera e Verão.

Suão ou Soão - vento quente e calmoso soprando entre leste e sueste.

Suestada - vento forte de Sudeste. Nome que dão a um temporal, geralmente pouco duradouro, na Terra-Nova.

Terral - vento que sopra de terra para o mar durante a noite até pouco depois do nascer do Sol.
Tornado - Tempestade ciclónica não excedendo em geral uma hora. Forma-se com mais frequência de meados de Maio a meados de Novembro na costa ocidental de África, entre o Trópico de Câncer e o Equador.

Tramontana - vento que sopra de Norte.

Travessão - vento que sopra de través.

Tufão - tempestade ciclónica no Mar da China, com grandes mares levantados por ventos de enorme violência. Formados geralmente na região das Carolinas e Marianas.

Ukiukiu - vento alíseo de Nordeste que sopra no Havai na ilha de Maui

Vara - Temporal de duração curta.

Vara do Coromandel - Vento fresco do quadrante leste que sopra no equinócio do Outouno na costa do Coromandel na Índia.

Vendaval - vento do Sul. Também um vento forte com pesados aguaceiros e mar alteroso.

"Vento Porão" - também conhecido por "Vento Auxiliar". A direcção e intensidade deste "vento" depende da direcção imprimida pelo leme à embarcação e da potência do motor instalado no porão...

Viração - Vento fraco que sopra do mar para terra depois do meio-dia até ao pôr-do-sol até cerca de 20 milhas da costa.

Xarouco - vento terral.

Zéfiro ou Zephyrus - vento suave e fresco de Oeste. (irmão de Bóreas e Notos na mit. grega)

PIONEIRISMO - PEITO DE MORTE

PEITO DE MORTE - serve para unir duas varas de forma a prolongá-los ou reforçá-los.

Como fazer:

1- Inicia-se da mesma forma como se faz uma falcaça simples formando um "S"

2-Damos umas voltas em torno das varas passando sobre o "S"

3-Depois de algumas voltas passar a ponta da corda pela "argola" formada pelo "S"

4- Termina-se com puxando a ourta ponta da corda (da mesma forma como se finaliza a Falcaça) e dá-se um nó direito com as duas pontas.



Outras formas de fazer esta ligação ou amarra:


Usando cunhas para apertar o nó.

Entrelaçando os cabos

PIONEIRISMO - BOTÃO EM CRUZ

BOTÃO EM CRUZ -é usad0 para unir duas varas formando um grau maior ou menor que 90º.

Como fazer:
1. Começamos a amarra, com o nó Volta do Fiel ou a Volta da Ribeira, sempre pela base, ou seja, aquela que ficará na parte de baixo da amarra.
2. Damos três voltas no sentido "baixo para cima", e depois mais três voltas no sentido "direita para esquerda".
3. Agora vem a parte do "esganar"ou "enforcamento", passando o cabo ao redor da amarra (por entre as varas) por três vezes.
4. Finalizamos a amarra com uma Volta do Fiel do lado oposto ao inicial (conforme na figura).